quinta-feira, 21 de junho de 2012

ALTERAÇÃO DO CALENDÁRIO 2012


A Festa de Xangô e Ritual da Justiça será no dia 29 de junho, junto com a gira de Ciganos e Oriente. No dia 30 sábado não haverá gira.

Em virtude da nossa participação na Festa da Tainha, haverá um remanejamento no calendário.

Festa da Tainha: de 06 a 29 de julho: Sextas das 18 às 23 horas; Sábados das 12 às 23 horas; Domingos das 12 às 18 horas.

Dia 04 de julho (quarta feira): Gira de Exu aberta a todos, às 20 horas.

Dias 13 e 14 (sexta e sábado): arraiá do pai Joaquim, a partir das 19 horas.

Dia 28 de julho (sábado): cirurgia espiritual às 17 horas.

Dia 03 de agosto (sexta): Festa de Nanã e gira de Pretos Velhos, às 20 horas.

Dia 07 (terça-20h) e 11 (sábado-14h): início do curso de Teologia de Umbanda Sagrada.

INFORMAÇÕES CURSO TEOLOGIA DE UMBANDA EM PRAIA GRANDE

Ministrado pelo sacerdote Alexandre Trinidad – Membro da AUEESP desde 2006.

Turmas às terças e sábado > Início: 07 de agosto (terça) e 11 de agosto (sábado)

Aulas semanais as terças das 20 às 22 horas OU aos sábados das 14 às 16 horas

Duração: cerca de 9 meses

Local: Núcleo Umbandista Pai Joaquim de Angola em Praia Grande, à Rua Filomena Mustachi, 5021, Jardim Quietude.

O curso será baseado em livros de Pai Rubens Saraceni.

Será emitido certificado no final do curso.

Mensalidade: R$ 35,00 - Matrícula: R$ 10,00

Inscrições pelo telefone (13) 3495-4810.


Obs. Pai Alexandre é sacerdote há 17 anos, filho e neto de umbandistas, sendo que o terreiro de seu pai foi fundado em 1970. É formado em História e Geografia, com pós graduação.


sábado, 16 de junho de 2012

CURSO DE TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA


INFORMAÇÕES CURSO TEOLOGIA DE UMBANDA EM PRAIA GRANDE

Ministrado pelo sacerdote Alexandre Trinidad – Membro da AUEESP desde 2006.

Turmas às terças e sábado > Início: 07 de agosto (terça) e 11 de agosto (sábado)

Aulas semanais as terças das 20 às 22 horas OU aos sábados das 14 às 16 horas

Duração: cerca de 9 meses

Local: Núcleo Umbandista Pai Joaquim de Angola em Praia Grande, à Rua Filomena Mustachi, 5021, Jardim Quietude.

O curso será baseado em livros de Pai Rubens Saraceni.

Será emitido certificado no final do curso.

Mensalidade: R$ 35,00 - Matrícula: R$ 10,00

Inscrições pelo telefone (13) 3495-4810.


Obs. Pai Alexandre é sacerdote há 17 anos, filho e neto de umbandistas, sendo que o terreiro de seu pai foi fundado em 1970. É formado em História e Geografia, com pós graduação.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Porque estudar Teologia de Umbanda Sagrada?

Texto de Alexandre Cumino



Teologia é a ciência que trata de Deus seus atributos e perfeições, bem como suas relações com os homens.
Há duas formas de estudar religião, de dentro para fora e de fora para dentro.
De dentro, quem estuda é o religioso, fazendo e produzindo Teologia.
De fora, quem estuda é o cientista da religião, por meio das Ciências Humanas.


A Teologia tem por tarefa explicar a religião.
Se há religião, há teologia.


As Ciências da Religião (Humanas) procuram apenas entendê-la como um fenômeno humano seja um fato social, psicológico, antropológico, histórico, filosofico ou outros. Sem no entanto estudar ou aprofundar em seus fundamentos, tarefa esta da Teologia.


Todo religioso quando passa a explicar sua religião produz Teologia.
Quem produz teologia é o religioso, independente de sua formação.


Só quem pode explicar a religião é o religioso, os demais devem tentar compreende-la.
Um Cientista pode questionar seus aspectos humanos nas mais variadas áreas.
Apenas o religioso faz crer, ensinar, preparar e iniciar a outros religiosos,
dentro de sua ciência a Teologia.


Assim como apenas a comunidade religiosa pode definir como quer ou deve preparar seus sacerdotes, ministros, ministrantes, reconhecidos ou não por meio de ata, estatuto (reconhecimento legal) ou certificado (reconhecimento de seu preparo), por este mesmo grupo que o identifica (reconhecimento afetivo-religioso).




Estudar Teologia é Estudar Religião.


Esta Ciência pode ser definida como um estudo racional de seu universo religioso, o que envolve desde os fundamentos mais básicos de seu ritual – sua liturgia – até conceitos mais elaborados de sua Gênese ou Cosmologia.


Estudar Teologia de Umbanda é estudar a Religião de Umbanda.


Teologia de Umbanda Sagrada é um estudo de todo o universo de Umbanda, desde os Orixás passando pelos guias e vindo até nós. Neste estudo se aborda Umbanda de forma teórica, sem a pretensão de mostrar a ninguém como deve ser o trabalho prático que as entidades tão bem realizam em templo (terreiro/centro/tenda/abacá/núcleo/Ilê/Tupãoca/ e outros), simplesmente com o objetivo de sanar aquelas dúvidas que muitas vezes não conseguimos esclarecer no dia a dia dentro do templo.


É tempo de estudarmos realmente a Teologia de Umbanda Sagrada?


Podemos dizer que sim, pois, o estudo e a multiplicação do conhecimento sério e comprometido é a única maneira de mudarmos a atual situação da Umbanda, na qual cada um fala e faz o que quer dentro e fora da Religião de Umbanda.


Muitos umbandistas tem dificuldade em explicar o que pratica e porque pratica certos rituais, usa certos elementos, manifesta forças e poderes, por meio de entidades e orixás. Simplesmente porque não foram estimulados a estudar e se aprofundar no porquê de cada elemento que forma um todo, identificado como Umbanda. É certo que muitos não tiveram esta oportunidade de estudar, principalmente no que diz respeito aos “antigos”, mas hoje em dia já não cabe mais esta justificativa ou desculpa. Se Umbanda é a sua religião você deve estudá-la, seja aqui ou por outro meio.


Sabemos das dificuldades em estudar a Umbanda de forma auto-didata, pois já trilhamos este caminho, em que cada literatura afirma o contrário da outra e em que cada Mestre/Pai-de-santo/autor se torna o dono da verdade ultima de Umbanda.


Aqui não somos os donos da verdade ao estudar Umbanda, procuramos um caminho do meio, entre nossas convicções e a compreensão do “outro” umbandista. Cremos nos resultados de compreensão da religião por meio destes ensinamentos que permitiram a nós mesmos entender e praticar Umbanda de uma forma mais aberta e tranqüila. Sem dogmas ou tabus, já que tudo pode e deve ser explicado à luz da razão.


Umbanda é Mais que o nosso terreiro.


Nosso terreiro é Umbanda, mas a Religião de Umbanda é mais que nosso terreiro.
Nós somos Umbanda, mas Umbanda é muito mais que todos nós juntos.
A Religião de Umbanda vai para além de conceitos e verdades locais ou limitadas a este ou aquele terreiro. Fato importante este pois muitos umbandistas ao se decepcionarem com o terreiro em que freqüentam acabam abandonando a religião, pois estavam limitados ao templo físico e a seu orientador (sacerdote/dirigente/padrinho/pai-de-santo...).


Já foi comum na Umbanda, médiuns serem proibidos de ler livros de Umbanda, conhecer outras casas ou fazer perguntas sobre a religião.


Não podiam ler “para não fazer confusão”, “para não desaprender”, não podiam freqüentar outras casas “para não cruzar as linhas” e não podiam fazer perguntas “porque não estavam preparados, ainda, para as respostas”.


Quando surgiram alguns Cursos de Umbanda, muitos foram e ainda são proibidos de freqüentar, e mais justificativas surgem, como “estão mercantilizando a Umbanda”, “Umbanda não se aprende em curso”, “vai pegar demanda” e outros como, por exemplo, desmerecer quem se dedica a ensinar sobre a sua religião.


Que outra forma existe para se organizar e passar o conhecimento aberto a todos, independente de onde vem, para onde vão e se são umbandistas ou não?


Assumindo o fato de que, nem sempre conseguimos manter um grupo de estudos em nosso próprio templo. Seja por falta de tempo ou desinteresse, fica a pergunta:
Quantos conseguem se dedicar ao estudo constante e ensino religioso organizado e comprometido? Os resultados deste estudo (Teologia de Umbanda Sagrada) são positivos? Merecem crédito?


A árvore se reconhece pelos frutos.


Já na década de 1950 as Federações e outros Orgãos de Umbanda organizavam cursos de Casamento e Batizado, para orientar seus filiados. Algumas organizações e terreiros preparavam apostilas de conteúdo doutrinário. Muitos seguiam um modelo “Kardecista”, outros um modelo “Africanista” e terceiros um modelo mais “indianista” ou e até esotérico, místico, ocultista “europeu” .


O Primeiro curso de Umbanda aberto a todos, que temos noticia, foi criado por Ronaldo Linares (Presidente da FUGABC e Santuário Nacional da Umbanda) na década de 1970. Teve início como um “curso de médiuns” e com o tempo evoluiu para um Sacerdócio Umbandista. Rubens Saraceni criou em 1996 o Curso de Teologia de Umbanda, um curso teórico sobre a religião, no qual para estudar não é preciso ser médium e nem umbandista. Passados alguns anos estamos aqui contando milhares de pessoas que já se beneficiaram com este aprendizado.


Somos muitos que recebemos a missão de trabalhar na Umbanda e muitos a abandonam por não conseguir entender sua riqueza de elementos e complexidade litúrgica. Que, no entanto, podem ser explicados de uma forma simples, mas não simplista, pois na Umbanda há muito que estudar.


Nada mais tranqüilizador que a compreensão teórica do que se pratica, afinal como criar uma identidade umbandista e me reconhecer como tal, se não consigo ainda compreender o que estou praticando e o vem a ser Umbanda.


Umbanda tem Fundamento... É preciso preparar...


Existe a necessidade real do estudo, sem a pretensão de subestimar a prática, mas com o objetivo de criar uma consciência “religiosa” que vá além dos limites de “terreiro”. Por falta dessa consciência a Umbanda já perdeu muito espaço e vem sendo criticada, tornando-se alvo, entre outros, de seitas que a discriminam e acusam de praticas negativas diante de seus médiuns muitas vezes sem condições teóricas de se defender ou argumentar sobre a ignorância deste preconceito e discriminação.


A falta de uma Teologia pensada, de uma doutrina e de um acompanhamento dos novos dirigentes de Tendas de Umbanda, resultou em erros irreparáveis e condutas pessoais que não tinham e não tem nada a ver com o que nos ensina a espiritualidade.


Muitas pessoas, ainda despreparadas, mal instruídas e até incapazes para a direção de um Templo, abriram suas tendas, criando a sua própria Umbanda e deram vazão a seus emocionais desequilibrados e seus vícios religiosos, pois não aceitavam a condição de liderados e almejavam serem líderes, bajulados ou temidos.


Então muitos abandonaram a Umbanda, depurando-a. É uma questão de tempo, para que os atuais e remanescentes dirigentes da Umbanda realizem um trabalho de base, de doutrinação de seus médiuns, instruindo-os e ensinando-os a prepararem bons filhos espirituais, adeptos, médiuns e bons dirigentes de tendas. E então, a Umbanda conquistará seu verdadeiro espaço religioso, pois o tipo de trabalho realizado por ela, só os verdadeiros umbandistas podem realizar, porque são os herdeiros naturais dos sagrados Orixás.


Por isso, é necessário que todo sacerdote umbandista desenvolva uma consciência voltada para o aprendizado permanente.


Conceitos filosóficos, teológicos e doutrinários mais profundos, só surgirão com o amadurecimento da própria religião e quando todos os umbandistas desenvolverem uma consciência religiosa verdadeiramente de Umbanda e totalmente calcada em conceitos próprios, de uma religião brasileira fundamentada na existência de um Deus único (Seja qual for seu nome; Zambi, Olorum, Olodumare, Tupã...) e na sua manifestação por meio de suas divindades (os Sagrados Orixás, Tronos de Deus, Santos, Anjos ou Arcanjos).


O curso de Teologia de Umbanda Sagrada é totalmente teórico. Para participar não é necessário nenhum pré-requisito, apenas a vontade de aprender sobre os mistérios que envolvem esta nossa amada religião.


Considero este o mais importante de todos os Cursos voltados à Umbanda.


Para Umbandistas e Não-Umbandistas, Leigos e Eruditos, Estudiosos e Curiosos, Gente Simples e Gente Complexa, Iniciantes e Mestres, para todos que crêem e querem aprender mais sobre aReligião de Umbanda.


O Curso é Livre, independente de sua escolaridade, não é ensino de graduação superior e nem pretende ser, não tem nem busca reconhecimento de nenhuma instituição externa à Umbanda.


Este curso se faz valer por seu conteúdo e resultados junto a milhares de umbandistas que já passaram por aqui, a maior divulgação deste curso são justamente os irmãos que já estudaram “Teologia de Umbanda Sagrada” e recomendam a quem queira entender um pouco mais sobre a religião.


Quando um religioso começa a refletir e produzir material sobre a sua religião,
Está fazendo teologia, que é simplesmente o estudo e conhecimento do sagrado,
Partindo de dentro, do seio, do âmago de sua fé, pensando a mesma de uma
forma racional e compreensiva; em seus valores e fundamentos.


A Teologia Explica e faz Compreender
Doutrina, Ritual e Liturgia.


O conteúdo deste curso foi recebido mediunicamente por meu Irmão,
Amigo, Médium, Mestre e Pai Espiritual Rubens Saraceni.


Começamos os estudos de forma organizada como
Curso de Teologia de Umbanda Sagrada ou
Simplesmente Teologia de Umbanda
Em 1996.


Tenho a oportunidade de ministrar este conhecimento, dentro de “meu terreiro” desde que comecei a aprender, em 1996, e de forma aberta como um curso, além das portas do “meu” terreiro, desde 1999.


Para o Curso Presencial os alunos devem trazer caderno e lápis,
podem trazer, também, um gravador,
pois as aulas podem e devem ser gravadas (apenas áudio).


Para os que vão ingressar neste estudo recomendo como Leitura Inicial:


O Guardião da Meia Noite (Rubens Saraceni e Madras Editora –www.madras.com.br)
Doutrina e Teologia de Umbanda (Rubens Saraceni e Madras Editora – www.madras.com.br)
História da Umbanda (Alexandre Cumino e Madras Editora –www.madras.com.br )


Não Perca Esta Oportunidade Agora.
fonte: http://jornalumbandasagrada.blogspot.com.br/2011/02/porque-estudar-teologia-de-umbanda.html

sexta-feira, 8 de junho de 2012

EXU MIRIM


EXU MIRIM
Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse mo­mento porque, desde que psicografei o livro Lendas da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que imaginava-se.
Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o com Mistério Religioso.
Essa falta de textos esclarecedores e funda­mentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comen­tários sobre seus manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido descritos como “espíritos de moleques de rua”, cada um incorporava-o com os  típicos procedimentos de crianças mal-edu­cadas, encrenqueiras, bocudas, chulas, etc.
Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esque­cimento, como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e funda­mentadoras, deixaram de ser cultuados aqui no Brasil.
Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram des­conhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que “sem ele não se faz nada”. Já, com Exú Mirim, “sem ele nem fazer nada é possível”.
Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na Umbanda. 
1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante, independente de suas interpretações religiosas.

2) Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do todo. O Estado da matéria considerado “frio” só é possível por causa da existência do estado “quente” e ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de “estado” que nos referimos e não a um território geográfico, certo?

3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.

4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humil­des, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se dirigirem às pessoas ou aos Ori­xás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e de vovó. Até aí tudo bem!

5) Mas logo começaram a “baixar” uns espíritos infantis briguentos, encren­quei­ros, mal-educados, intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como “exús” mirins, os exús infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana.

6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com ninguém se questio­nando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.

7) De meninos mal educados, como tudo que “começa mal” tende a piorar, eis que as incor­porações de entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.

8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim “muito bom” mesmo no ato de ajudar pessoas.

9) Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:
a) Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação.
b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais  doutrináveis e possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.

10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.

11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que “envergonha”, o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns. Certo?
Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade “oculta” de quem os incor­poravam.
Todos se adaptam a re­gras comportamentais se seus aplicadores forem rigo­rosos tanto com os médiuns quanto com quem incorporar neles.
O melhor exemplo come­ça com as incorporações com­por­tadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E uma boa orientação sobre as enti­dades ajuda muito porque, o que os médiuns internaliza­rem sobre elas será o regula­ri­zador das entidades.
Agora se, por acaso, o di­ri­gente adota um comporta­men­to discutível, aí seus mé­diuns o seguirão intuitiva­men­te, pois o tomam como exem­plo a ser seguido.
Em inúmeras observa­ções, vimos os médiuns repe­tindo seus dirigentes e, inclusive, com as incor­porações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o exemplo que vem “de cima” ainda é um dos melhores reguladores comporta­mentais.
Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do “chefe”, faz micagens, caretas, gestos obscenos, atira coisas nas pes­soas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degene­ra e seus médiuns procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem comportar-se quando incorporados.
Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em cheira “cola de sapateiro”.
Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desin­formadas sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.

1) Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.

2) Exús Mirins são seres encantados da natu­reza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos.

3) A irreverência ou má educação compo­r­tamental não é típico deles na dimensão onde vivem.

4) São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.

5) Por um processo osmótico espiritual, refle­tem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.

6) Gostam de beber as bebidas mais agradá­veis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.

7) Apreciam frutas ácidas e doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas secas e balas “ardidas” (de menta ou hortelã).

8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de Umbanda.

9) Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas.

10) Toda vez que seus médiuns os ativam pa­ra prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se enfraquecem automaticamente já acon­teceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acredi­tavam que estavam incorporando seus verda­deiros Exús Mirins.

11) Eles raramente pedem seus assentamen­tos ou firmezas permanentes e preferem ser ofe­rendados periodicamente na natureza, tal co­mo as crianças da direita.

12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandis­tas, realizam um trabalho caritativo único e insu­bs­tituível.
Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências distorcidas criaram para eles?

Não deixe de ler o mais novo lançamento da Editora Madras: “Orixá Exu Mirim - Fundamentação do Mistério na Umbanda” de Rubens Saraceni. 
Pai Rubens Saraceni

Exu: deve-se temer ou entender?

Em geral, a porção racional da mente, portanto a consciência, nos faz temer aquilo que não conhecemos, como uma estratégia de defesa. O m...